#EDITORIAL: Leila Presidente - Quais são as propostas?
- Ocupa Palestra
- 20 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Leila Pereira será a próxima presidente do Palmeiras por três anos. Além do discurso motivacional, quais foram as propostas apresentadas?

Recentemente publicamos um editorial com nossa visão sobre o processo eleitoral do Palmeiras, mais especificamente as eleições presidenciais. Vale conferir antes deste texto, você pode ler aqui.
Neste sábado, 20 de novembro de 2021, os associados do Palmeiras vão às urnas para ratificar a eleição de Leila Pereira à presidência do Palmeiras. O processo é praticamente simbólico, já que a oposição abdicou da disputa ao não conseguir consenso em torno de um nome. Com terreno livre e sem qualquer tipo de contraditório, o pleito se reduziu a uma campanha com pouquíssimas propostas e muitas ações que margeiam o que se convenciona chamar de “eleições justas” (falamos sobre isso aqui).
Pois, vejamos: em pleno dia de eleição a própria candidata oferece aos associados uma série de benefícios para que compareçam, como transporte gratuito, barracas de comidas, estacionamento, massagem, etc.
Enquanto isso, talvez embebidos pela grandiosa final que se aproxima, a torcida pouco se interessou pelos acontecimentos políticos. Sabemos que isso tem mais relevância quando a fase é ruim - nós mesmos já passamos por isso outras vezes. No atual momento, porém, restam apenas especulações mirabolantes e crenças fantasiosas de aportes financeiros milionários, o que já se provou custoso ao próprio Palmeiras.
Caberá ao associado, portanto, decidir o destino do futebol que movimenta milhões de apaixonados. Logo, coube apenas a estes discutir os futuros do clube e seus projetos. Há relatos de fartas promessas para o clube social: abertura aos sócios às segundas-feiras, reforma milionária no conjunto aquático, melhorias na sauna, atendimento mais ágil nos restaurantes e outros assuntos que pouco dizem respeito à coletividade que frequenta as arquibancadas.
Sobraram pizzadas gratuitas e sorteios de notebooks, televisores e bicicletas. Faltaram entrevistas para as dezenas de veículos que cobrem o dia a dia do Palmeiras.
Não discutimos lei do mandante, clube empresa, transparência das contas, governança corporativa, Avanti, categorias de base e nenhum outro assunto relevante ao futebol. Sobraram palavras de ordem e lugares-comuns, mas faltaram as explicações de como vamos chegar lá.
Perde o Palmeiras, que não sabe muito bem o que vem pela frente.
A ausência de propostas, os sorteios em atos de campanha, a mudança de estatuto que encurtou o caminho até a presidência, a ausência de documentos aptos a comprovar o tempo de associação da candidata (que encurtou ainda mais o caminho) e o inafastável conflito de interesses (de termos na mesma pessoa a figura de credor, patrocinador e presidente do clube) são motivos que nos fazem ainda mais convictos da necessidade de cumprirmos um papel de oposição independente, fiscalizadora e que luta sem descanso por mais democracia e transparência em nossos processos.
Os resultados esportivos e a reorganização financeira dos últimos anos apresentam um cenário muito favorável para a gestão que se inicia. A transição de poder já vem ocorrendo e as principais lideranças serão as mesmas, o que permitirá uma continuidade poucas vezes vista no Palmeiras. As oportunidades para uma vitoriosa gestão estão bem estruturadas e dependem agora de ações concretas que não foram apresentadas.
Desejamos à Leila Pereira e seu grupo político muita sorte e serenidade na condução do nosso clube. O Ocupa Palestra persiste com sua agenda de demandas, e mantém-se aberto ao diálogo franco e transparente.
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