#Editorial - Ocupa Palestra manifesta preocupação com crescente conflito de interesses no Palmeiras

O Ocupa Palestra considera extremamente preocupante o crescente número de situações de conflitos de interesses envolvendo a gestão da Sociedade Esportiva Palmeiras. A informação de que a empresa de Leila Pereira venceu um processo de licitação para explorar a Arena Barueri por 35 anos, representa mais um capítulo de um movimento, a esta altura, pouco surpreendente. Ao longo dos últimos anos, estas situações de conflitos foram se acumulando, chegando agora a níveis insustentáveis sob qualquer ângulo de análise.

Era evidente, já em 2022, que Leila Pereira não poderia ser presidente do clube enquanto fosse patrocinadora e credora do clube. Acrescentou-se a este imenso desarranjo de governança também o papel de fornecedora de serviços aéreos. Agora, soma-se a isso também a relação de gestora de um estádio que poderá, na ausência de limites impostos pelos órgãos de fiscalização do clube, ser disponibilizado em datas em que o Palmeiras não possa atuar no Allianz Parque.

Os absurdos, neste caso, são de ainda maior gravidade. Diante disso, levantamos novos questionamentos e alertamos a coletividade que se preocupa com os rumos da SEP sobre alguns aspectos críticos:

• Diante do novo contexto, em que a mandatária possui interesse em realizar eventos em estádio por ela administrado, como atuará o Palmeiras em relação a negociação de alteração de datas de jogos junto às federações ou de eventos junto a WTorre? Haverá interesse em evitar a necessidade de mudança de local de atuação quando houver superposição de datas ou, em detrimento de nossa torcida, privilegiaremos negócios estranhos à SEP?
  

• Com a iminente entrega do Pacaembu, prevista para o início do próximo ano, quando houver necessidade de buscar alternativas o Palmeiras optará por jogar ao lado do seu estádio ou levará seu mando para outro munícipio?
  

• O plano de negócios apresentado à Prefeitura de Barueri considera alguma previsão de jogos do Palmeiras ou clubes rivais?
  

• De que maneira e a partir de qual racional foi escolhida a Arena de Barueri para o mando de quatro partidas do Campeonato Brasileiro de 2023?
  

• As melhorias previstas para a Arena Barueri e divulgadas na mídia alguns meses atrás realmente aconteceram? Se sim, quem pagou esse investimento?
  

• A WTorre, embora em processo de arbitragem, é um parceiro estratégico e com contrato por mais 20 anos. Como fica essa relação comercial agora? A empresa da mandatária concorrerá com a WTorre e, indiretamente, com a SEP (que tem direito a percentual de receitas) na disputa pela realização de outros eventos de entretenimento ou desportivos?

O conflito de interesses é de tamanha dimensão que estas são apenas questões iniciais, a quais outras certamente se somarão. Entretanto, já é plenamente possível dizer que esse contrato não é de interesse do Palmeiras, mas tem nosso clube como facilitador do processo, no mínimo para prover inteligência comercial para empreendimentos privados estranhos ao clube.

O Ocupa Palestra chama atenção de toda a torcida e participantes do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação e Fiscalização da SEP. Permaneceremos vigilantes nesse tema, como temos feito com todos os outros que colocam nosso clube em uma teia de negócios de maneira pouco transparente e, ao que tudo indica, alheia aos nossos controles institucionais.

Reiteramos à torcida da SEP: é o futuro da nossa sociedade esportiva que está em jogo. Não podemos normalizar os crescentes absurdos envolvendo a instituição que amamos e que a todos nós pertence. É preciso interromper esta trajetória e submeter os negócios de nossa mandatária aos mais rígidos critérios de transparência e fiscalização. Imagem: Reprodução @ArenaBarueri